Segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), o câncer colorretal abrange tumores que acometem um segmento do intestino grosso (o cólon) e o reto. Na maioria das vezes, este tipo de câncer é tratável e curável se for detectado precocemente. Os primeiros sinais apresentam-se geralmente a partir de pólipos ou lesões que podem crescer na parede interna do intestino grosso. A principal maneira de prevenir o aparecimento dos tumores é a detecção e a remoção dos pólipos antes de eles se tornarem malignos.
Somente para este ano, o Inca estima que 34.280 pessoas no Brasil sejam diagnosticadas com a doença. Por isso, apesar de pouco comentado, este tumor precisa também de um alerta e atenção de toda a sociedade, até porque a doença, no seu estágio inicial, não apresenta sintomas. Quando há sangramento ou dor abdominal forte, a doença já está avançada e as chances de cura são menores. Para se ter uma ideia, somente no ano passado, foram realizadas 180 cirurgias de câncer colorretal no Hospital de Câncer de Pernambuco. Este tipo de câncer é o terceiro mais frequente entre as mulheres e o quarto em frequência entre os homens.
Sinais
Segundo o chefe do departamento de cirurgia do HCP, o médico João Alberto Barros, é muito importante realizar exames anualmente porque é no estágio inicial que acontece o maior o maior número de curas do reto e intestino grosso.
Os primeiros sinais são os pólipos – comuns em outras doenças também -, que requerem um tratamento bem mais simples. Se houver prevenção efetiva, o diagnóstico vai ser preciso e as chances de cura são altíssimas.
Já quando a doença está avançada, os sintomas principais do câncer são as dores abdominais, mudança de hábito ao defecar, sangramento, indisposição e anemia.
Prevenção
Todo paciente adulto deve ir ao médico realizar um check-up, uma avaliação anual, para que o clínico possa indicar um encaminhamento ao especialista, caso seja necessário. A partir de 50 anos, homens e mulheres devem fazer a colonoscopia e, eventualmente o exame de toque, além dos exames de sangue normais. Realizado no consultório na maioria das vezes, é um exame indolor. Quem teve este tipo de câncer na família deve realizar o acompanhamento médico mais cedo, com idade orientada pelo médico.
Alimentação
As fibras, frutas e verduras são importantes para prevenir o câncer colorretal. Devem ser evitados os alimentos industrializados, visto que as nitrosaminas, presentes neste tipo de alimento, são prejudiciais. Quanto maior o contato desses elementos no bolo fecal com o corpo, maior a probabilidade da formação do câncer.
Tratamento
O primeiro estágio do tratamento, num nível inicial da doença, é a retirada dos pólipos, que pode ser realizada na própria colonoscopia. Se não for possível removê-los, devem ser realizadas as cirurgias, que variam caso a caso, podendo ser retirado intestino ou reto, além de casos extremos que envolvem outros órgãos. Geralmente para os tumores de colo são realizadas as quimioterapias e para tumores no reto são indicadas as radioterapias. Em alguns casos a radioterapia é realizada antes da cirurgia, para diminuir o tamanho do tumor.
Colostomia
Existem dois tipos de cirurgia. A primeira consiste na amputação permanente do reto. Neste caso, o paciente passa a viver acompanhado de uma bolsa pelo resto da vida. As fezes são recolhidas nesta bolsa, que fica acoplada o tempo inteiro ao paciente para que o efluente saia espontaneamente, com higienização periódica da bolsa. A questão social deste paciente deve ser levada em consideração, com orientações sobre o tipo de comida mais adequado e como realizar a limpeza da bolsa. O segundo tipo de cirurgia tem caráter temporário, para que a cicatrização do intestino seja concluída e, então, o paciente passa a ter o processo digestório mais próximo do normal.