O Hospital de Câncer de Pernambuco é referência quando se trata do serviço de próteses reabilitadoras para pacientes que sofreram algum tipo de mutilação em decorrência do câncer. As próteses bucomaxilofaciais são confeccionadas pelos próprios profissionais da instituição e fornecidas de forma totalmente gratuita.
“Nosso serviço é pioneiro em relação ao uso de resina nas próteses bucomaxilofaciais, assim como no uso de próteses 3D nos casos de maxilectomia (retirada total ou parcial da maxila)”, afirma Dra. Eliane Revoredo, que está à frente do Departamento de Odontologia e Próteses Reabilitadoras do HCP.
Em 2001, ela foi convidada pelo médico Leonardo Arcoverde para conhecer o HCP. O convite gerou um trabalho voluntário que durou até 2003. No ano seguinte, ela foi contratada para ser responsável pelas próteses dentárias. Era 2008 quando Dra. Eliane assumiu a função que ocupa até hoje.
Para desenvolver o seu trabalho, Dra. Eliane se especializou em Oncologia Multiprofissional e atualmente é mestranda em Morfotecnologia. Além disso, outro aspecto é fundamental para a produção das peças: sensibilidade e talento artístico. As próteses são verdadeiras obras de arte, inclusive sendo esculpidas.
Para agregar conhecimentos, ela fez um estágio em Próteses Faciais no CENTRE D’EPITHÈSES FACIALES, em Strasbourg, na França. Na ocasião, teve como preceptora a francesa Anne Marie Riedinger, uma das principais referências mundiais na especialidade. “Durante esse estágio, pude aprimorar a técnica que temos utilizado no HCP. Para deixar as próteses o mais próximo do natural possível, sempre tratando a singularidade de cada paciente”, explica Dra. Eliane. A realidade da instituição e o tratamento desenvolvido aqui chamaram a atenção da Dra. Anne Marie Riedinger, que em 2015 ministrou um curso no HCP.
“As próteses bucomaxilofaciais me encantam. É muito gratificante saber que estamos contribuindo para a recuperação da autoestima dos pacientes e, consequentemente, com o retorno para o convívio familiar e social”, declara Dra. Eliane. “Além da questão estética, que é muito forte, temos os aspectos funcionais, como a mastigação e a própria fala. Vê-los em recuperação é o nosso combustível”, finaliza, emocionada.
{loadposition relacionados}