Pesquisa desenvolvida no HCP indica alteração imunológica em pacientes com câncer gástrico

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Segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca), o câncer de estômago é um dos cinco tumores malignos mais prevalentes em homens e mulheres em todo o País. Apesar disso, o tratamento dessa doença ainda apresenta sérias limitações, especialmente no que diz respeito aos tumores avançados e em processo de metástase. Uma pesquisa realizada no Hospital de Câncer de Pernambuco (HCP), no entanto, aponta que uma das possibilidades futuras de tratamento para a doença pode estar na estimulação do sistema imunológico do próprio paciente – mais especificamente no receptor OX-40, molécula expressa na superfície dos linfócitos, células de defesa do nosso organismo. O resultado do estudo, elaborado pelo cirurgião oncológico Mário Rino, foi publicado recentemente no Journal of Surgical Oncology, uma das publicações mais importantes do mundo em Cirurgia Oncológica.

A pesquisa foi realizada com 24 pacientes da instituição diagnosticados com adenocarcinoma gástrico, tipo que responde por mais de 95% dos casos de câncer de estômago, segundo dados do Inca. Além destes, participaram do estudo outros 34 indivíduos saudáveis, com características semelhantes às dos pacientes. Por meio da coleta de sangue, o médico conseguiu identificar um fato importante: existe uma diferença grande de expressão de OX-40 nos linfócitos das pessoas saudáveis quando comparados aos pacientes com câncer gástrico. Em outras palavras, isso quer dizer que as pessoas doentes apresentam uma alteração na resposta do sistema imunológico, o que costuma ser comum nos pacientes oncológicos.

Em situações normais, o sistema imunológico entra em ação quando surge uma infecção, por exemplo. Esse ataque é regulado pelo próprio organismo, que identifica quando é a hora certa de parar para que não haja danos às células saudáveis do corpo. Quando surge um tumor, no entanto, as células cancerígenas conseguem burlar esse processo, através da expressão de proteínas específicas que avisam ao organismo que o sistema imunológico não precisa combater as células defeituosas. Assim, o tumor continua a se proliferar.

“Hoje a gente sabe que talvez seja menos importante entender a doença e o seu mecanismo fisiopatológico do que entender o mecanismo através do qual o organismo trata as neoplasias. Estimular o sistema imune para destruir o câncer se mostrou tão ou mais efetivo do que entender o mecanismo da doença e tentar intervir em todas as falhas que existem no processo de desencadeamento do câncer”, explica dr. Mário Rino, que é mestre em Cirurgia pela Universidade Federal de Pernambuco e atua há 11 anos no HCP.

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Essa mudança na forma de pensar o tratamento oncológico deu origem à imunoterapia, uma maneira de ajudar o sistema imunológico do paciente a identificar e eliminar as células neoplásicas. Os primeiros medicamentos imunoterápicos surgiram na década de 1980 para combater os melanomas metastáticos, o tipo mais agressivo de câncer de pele na sua forma avançada. Na época, no entanto, tais remédios se mostraram pouco eficientes.

Essa situação mudou em 2010, quando foram publicados os resultados das pesquisas de um novo medicamento, o Ipilimumabe. Também destinado para o tratamento de melanomas metastáticos, ele apresentava poucos efeitos colaterais e bons resultados na sobrevida dos pacientes. De lá para cá, novos remédios vem sendo desenvolvidos para o tratamento de doenças metastáticas com origem em diversas regiões, como pulmão, cabeça e pescoço e rim. Em alguns casos, aliás, a doença regrediu completamente.

Embora esse seja apenas o pequeno primeiro passo de uma longa caminhada, essa descoberta pode sugerir que a imunoterapia pode ser uma nova forma de tratamento para o câncer gástrico. “O que percebemos é que as pessoas saudáveis apresentam maior expressão de OX-40 do que as quem estão com câncer gástrico. A razão disso pode ser ‘o ovo ou a galinha’: ou a pessoa já tem uma deficiência imunológica ou o tumor induz a essa deficiência”, ressalta o médico.

Esse estudo faz parte da tese de doutorado de Dr. Mário Rino, que está sendo realizado por meio de uma parceria entre o HCP, Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira (IMIP) e o A.C. Camargo Cancer Center. A pesquisa foi desenvolvida no Laboratório de Pesquisa Translacional do IMIP, sob a orientação da Dra. Leuridan Torres, coordenadora do laboratório, com apoio Financeiro da Fundação de Amparo à Ciência e Tecnologia de Pernambuco (FACEPE) e do DECIT/Ministério da Saúde. A expectativa, agora, é que outros pesquisadores realizem pesquisas que corroborem com esse resultado e que ela possa ser desenvolvida. “Foi a primeira vez que conseguimos mostrar essa deficiência para câncer gástrico. Só saberemos se ela será efetiva para a questão de tratamento quando conseguirmos executar os ensaios, que é algo mais complexo, mas a falha existe e isso já é um caminho para a utilização desses anticorpos”, reforça o cirurgião.

 

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Assistência

Grupo de assistência às enfermarias

São voluntárias que ajudam os pacientes internados e que tiveram alta e, também, o próprio hospital. Com ajuda de parceiros, viabilizam remédios ou exames que não são oferecidos pelo SUS, ou seja, que não são disponibilizados pelo HCP. 

 

Grupo de assistência aos ambulatórios 

Voluntários que dão suporte às necessidades dos ambulatórios, arquivo, patologia, quimioterapia e radioterapia. Pegam prontuários nos arquivos, protocolam e levam documentação para outros departamentos, anotam cartões dos pacientes que serão atendidos e levam pacientes aos setores.

Pipoca do Amor

Os voluntários se unem para levar amor e carinho ao paciente e acompanhante, através de um alimento hospitalar nutritivo simples, higiênico e barato, a pipoca. O intuito dessa ação é transmitir alegria, descontrair, favorecer a integração interpessoal, auxiliar na terapia psicoemocional. Para ganhar a pipoca é preciso apenas de uma coisa, um sorriso.

As pipocas são doações de parceiros e da sociedade que contribuem com dinheiro para compra da pipoca. Os voluntários “pipoqueiros”, usam como uniformes aventais estampados e alegres e decoram cestas, onde são colocadas as pipocas, de acordo com datas comemorativas e plaquinha com frase: “Troca-se por um sorriso”.

Xerox/Lojinha

Atende pacientes e acompanhantes que precisam tirar cópia de documentos para apresentar ao hospital, assim como, quando há necessidade de atender demanda maior de xerox de folhetos/informativos do setor de Serviço Social e do Espaço Renascer. Os voluntários que estão nesse setor também dão informações às pessoas sobre localização, como chegar a determinado setor ou ambulatório, por exemplo, assim como também solicitam apoio aos maqueiros quando percebem a necessidade de dar suporte a algum paciente. Nesse setor também funciona uma lojinha de artesanato com preço acessível, assim como venda de camisa e lacinhos de campanha.

Funcionamento: de segunda a sexta, das 7h às 12h.

Local: Sede da Rede Feminina (próximo a entrada de pedestres)

Bazar

Esse setor é a principal fonte de renda da Rede Feminina, inclusive esses recursos financeiros ajudam na compra de medicamentos, passagens para os pacientes, manter a Casa de Mirela e suprir algumas necessidades do hospital.

As doações de roupas, calçados e eletrônicos são vendidas no bazar por preço acessível para pacientes, acompanhantes e funcionários.

Funcionamento: de segunda a sexta, das 8h às 14h.

Local: Bazar (ao lado do ambulatório da pediatria)

Espaço da Beleza

Espaço de acolhimento para pacientes mastectomizadas e/ou que perderam os cabelos. No setor são doadas próteses mamária, perucas, sutiãs, lenços, toucas, chapéus e o mais importante: o amor, o ombro amigo.

Funcionamento: de segunda a sexta, das 8h às 14h.

Local: _____

Espaço da Paz

Criado em 2011, pela atual presidente da Rede Feminina, a senhora Maria da Paz, o projeto surgiu quando a voluntária identificou que os pacientes iam para casa bem e retornavam debilitados, porque não tinham uma alimentação adequada em suas residências, passando assim a doar mensalmente cestas básicas, inclusive com a presença de suplementos alimentares.

O projeto é realizado em parceria com o serviço Social do HCP, que verifica a situação socioeconômico dos pacientes, assim como o guia de prescrição médica, detalhando o nome do paciente e as necessidades específicas dele para que sejam atendidas. As doações são entregues uma vez por mês para cada paciente beneficiado cadastrado pelo voluntariado.

Além de cestas básicas o projeto também doa fraldas, medicamentos, travesseiros, brinquedos, cadeiras de rodas e kits de higiene (escova e pasta de dentes, sabonetes, etc.)

Funcionamento: de domingo a domingo, das 7h às 15h.

Local: Sede da Rede Feminina (próximo a entrada de pedestres).

Rendarte

Nesse projeto, o voluntariado oferece cursos de capacitação em artesanato (tricô, crochê, pintura e reciclagem), para pacientes e acompanhantes. O objetivo é que o público aprenda atividades que possam gerar renda.

Alguns dos produtos desenvolvidos são vendidos no local e o lucro revertido para a compra de novos materiais utilizados nos cursos.

Funcionamento: de domingo a domingo, 24h.

Local: Rendarte (ao lado da odontologia).

Chá e sopa

Para atender principalmente os que não possem recursos para alimentar-se, o projeto oferece diariamente, de forma gratuita, um lanche aos pacientes ambulatoriais e aos seus acompanhantes. Os insumos são disponibilizados pela Rede Feminina e produzidos pelo setor de nutrição do hospital.

Quando não conseguem as doações desses insumos, a própria Rede Feminina realiza a compra.

Funcionamento: _____
Local: Sede da Rede Feminina (próximo a entrada de pedestres)

Espaço Renascer

Local onde as mulheres renascem para a vida, através do resgate da autoestima. Esse trabalho tem mais de 40 anos e surgiu através do mastologista e cancerologista Dr. Esdras de Queiroz Marques e que em seguida foi encabeçada por Giorgina Moreira e Fátima Cabral.

No projeto é oferecido suporte de assistente social, apoio psicológico, atividades físicas, dança, jogral e comemoração das datas festivas. O objetivo é que as mulheres aprendem a amar seu corpo e ter mais qualidade de vida.

Esse espaço tem como objetivo reintegrar a mulher à sociedade de uma forma holística, tendo em vista a sua recuperação como um todo (psíquico, físico e social). É um atendimento prestado na grande maioria às mulheres mastectomizadas ou que passaram por outros tratamentos de câncer de mama, através de uma equipe multidisciplinar, composta de uma assistente social, psicóloga e educadora física.

Funcionamento: quinta-feira, das 8h às 11h.

Local: departamento de fisioterapia do HCP.

Casa de Mirella

A Casa de Mirella é o Centro de Apoio ao Paciente do Hospital de Câncer de Pernambuco, onde pacientes e acompanhantes vindos do interior e que não tinham condições financeiras de ficar no Recife são hospedados para realizar o tratamento no HCP.

Acolhimento humanizado, respeito, dignidade, carinho. Nesse local todos são tratados como pessoas que tem necessidades e precisam de cuidado. É oferecido dormida limpa, banho, refeições, atividades terapêuticas e recreativas, como jogos, dominó, dama, pintura e confecção artesanal.

Funcionamento: de domingo a domingo, 24h.

Local: R. Frei Afonso Maria, 357 – Amaro Branco, Olinda 

Confecção de perucas

Doado gratuitamente, o setor confecciona perucas para serem doados aos pacientes. Todo o trabalho é feito por costureiras voluntárias, com cabelos e demais insumos doados.

No local, para quem tiver interesse de cortar e doar o cabelo na hora, também é oferecido o serviço de corte gratuito.

Como doar cabelo?

Funcionamento: de domingo a domingo, 24h.

Local: Sede da Rede Feminina (próximo a entrada de pedestres).

Informações Sobre o Doador e Sua Doação