Deste ano até 2025, nosso país terá 17 mil novos casos de câncer no colo do útero, de acordo com a estimativa do Ministério da Saúde. Esse tipo de câncer, que já matou 6.627 mulheres no ano de 2020, tem como principal causador o papilomavírus humano (HPV), vírus muito fácil de ser transmitido através da relação sexual desprotegida. Os números de novos diagnósticos impressionam por se tratar de um câncer cujas medidas de prevenção estão disponíveis, mas, mesmo assim, ainda há alta incidência entre as mulheres brasileiras.
O câncer no colo do útero faz parte dos chamados cânceres ginecológicos, juntamente com o de ovário, vagina e outros. São doenças que atingem o sistema reprodutor feminino. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), no caso do tumor maligno no colo do útero, a grande maioria das ocorrências estão presentes em países em desenvolvimento. A desinformação e as fake news são fatores que contribuem para tantos diagnósticos, porque esse câncer está ligado a uma Infecção Sexualmente Transmissível (IST) que pode ser prevenida, por exemplo, por meio de vacina disponibilizada gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Contudo, existe uma ideia errada de que o imunizante estimula a atividade sexual precoce.
O cirurgião oncológico Vandré Carneiro explica que o câncer pode ser controlado a partir da imunização contra o HPV, além dos exames de rastreamento os quais podem detectar a doença ainda no início.
“Há uma possibilidade gigantesca de conter a incidência do câncer uterino, que é através da profilaxia primária. Diante disso, temos duas ferramentas importantes: a primeira delas é a vacinação. A vacinação vai evitar a infecção por esse vírus e, consequentemente, a mulher não vai ter o câncer. E a segunda, que é indicada mesmo após a vacinação, são os exames de rastreamento, os chamados preventivos, capazes de diagnosticar o câncer ainda antes de virar câncer, o que chamamos de lesão pré-maligna, a qual pode ser retirada a partir de um procedimento simples e, assim, a mulher não vai ter progressão para o câncer”.
Quais os exames de rastreamento
- Papanicolau (também conhecido como citologia oncótica ou preventivo): O exame de Papanicolau é amplamente utilizado para rastrear o câncer no colo do útero. É indicado para a mulheres entre 25 e 64 anos e com vida sexual.
- Teste de HPV (teste de DNA do HPV): Ele detecta a presença do DNA do vírus HPV em uma amostra de células cervicais. Esse teste é indicado para mulheres acima de 30 anos e pode ser realizado de forma isolada ou combinado com o exame de Papanicolau.
Quem pode receber a vacina contra o HPV pelo SUS
- Crianças e adolescentes de 9 a 14 anos.
- Pessoas imunossuprimidas com até 45 anos
Outras recomendações que ajudam a prevenir todos os tipos de câncer