Três cirurgiões-dentistas do Hospital de Câncer de Pernambuco (HCP) representaram a instituição no 51º Congresso da Sociedade Brasileira de Estomatologia e Patologia Oral (SOBEP), realizado em Campo Grande, Mato Grosso do Sul. Igor Henrique, Raylane Farias e Lucas Ribeiro apresentaram estudos científicos desenvolvidos a partir da experiência clínica no hospital, referência no tratamento oncológico do Norte-Nordeste.
Os trabalhos apresentados abordam temáticas relevantes para a odontologia oncológica, com foco na prevenção de complicações em pacientes com câncer. O estudo “Antimicrobial Photodynamic Therapy in Alveolar Repair After Tooth Extraction in Irradiated Head and Neck Patients” avaliou a efetividade da terapia fotodinâmica antimicrobiana na reparação da mucosa alveolar após extrações dentárias em pacientes irradiados. Os resultados demonstraram que, embora não tenha havido diferença estatisticamente significativa entre os métodos, a terapia permitiu uma cicatrização satisfatória, sem casos de infecção ou evolução para osteorradionecrose (ORN), apontando para um caminho promissor de prevenção.
Já o trabalho “Preventive Treatments for Medication-Related Osteonecrosis: A Systematic Review and Network Meta-Analysis” consistiu em uma revisão sistemática com meta-análise em rede de ensaios clínicos randomizados. A pesquisa comparou diferentes estratégias preventivas para osteonecrose relacionada a medicamentos após extração dentária. Apesar da análise não indicar superioridade entre as abordagens, o estudo oferece um panorama robusto sobre as evidências disponíveis, colaborando para futuras diretrizes clínicas.
Para o cirurgião-dentista Igor Henrique, que também é coordenador do serviço de odontologia do HCP, a participação no evento reforça o compromisso da instituição com a ciência e a qualidade do cuidado prestado aos pacientes. “Estar no maior congresso da área na América Latina não é só um reconhecimento ao nosso trabalho, mas uma oportunidade de mostrar que a odontologia oncológica tem avançado em pesquisa e inovação. Levar esses estudos para o debate nacional é dar voz à realidade dos pacientes que atendemos no SUS, com ética, ciência e humanização”, destacou.