O Hospital de Câncer de Pernambuco (HCP) realizou uma semana de apresentações dos trabalhos de conclusão da residência médica, reunindo médicos residentes de diferentes especialidades para produção científica, avaliação acadêmica e qualificação da assistência em oncologia. Ao todo, oito residentes apresentaram seus trabalhos e foram aprovados. São eles: Eduardo Paiva e Mateus Aquino (Cirurgia de Cabeça e Pescoço); Andrezza Lôbo e Amanda Vieira (Cirurgia Oncológica); Clarice Peixoto (Anestesiologia); Laysa Ohana (Patologia); Jessica Jackeline Tavares e Maria Eliza Marques (Mastologia).
As apresentações evidenciaram a diversidade,, especialmente no contexto do Sistema Único de Saúde (SUS). No HCP, as atividades são coordenadas pela Coordenação de Residência Médica da instituição, responsável por acompanhar a formação técnica e científica dos profissionais.
Na Mastologia, a residente Jessica Jakeline Batista Tavares da Silva apresentou o estudo “Taxa de upgrade diagnóstico após excisão cirúrgica de lesões mamárias de alto risco diagnosticadas por biópsia com agulha grossa”. A pesquisa analisou a frequência com que lesões inicialmente classificadas como de alto risco evoluem para diagnósticos malignos após cirurgia. Segundo Jessica, o trabalho permitiu compreender melhor o perfil das pacientes atendidas no serviço. “O estudo mostrou características de um diagnóstico comum na mastologia do HCP e apontou fatores que podem influenciar na evolução dessas lesões”, afirmou. Ela destacou que os resultados podem contribuir para ajustes no manejo clínico. “Identificamos aspectos que podem ser aprimorados, especialmente na seleção das pacientes que se beneficiariam de métodos diagnósticos mais avançados.”
Ainda na Mastologia, foi apresentado o trabalho “Resposta patológica completa e sobrevida em pacientes com câncer de mama triplo-negativo tratadas com quimioterapia neoadjuvante no SUS”, que avaliou desfechos clínicos a partir da realidade do sistema público de saúde. O estudo reforçou a resposta patológica completa como marcador importante de melhor prognóstico.
Na Anestesiologia, a residente Clarice Peixoto de Sousa apresentou o estudo “Comparação do esvaziamento gástrico após ingestão de água mineral e bebida vegetal proteica por meio de ultrassonografia seriada”. A pesquisa demonstrou variação significativa no esvaziamento gástrico da bebida vegetal, inviabilizando sua classificação como líquido claro para fins de jejum pré-operatório. O resultado reforça a manutenção dos protocolos de segurança anestésica adotados na instituição.
Na Patologia, a residente Laysa Ohanna apresentou o trabalho “Avaliação do impacto da aplicação de técnica adaptada de ultrastaging na detecção de metástases em linfonodo sentinela de pacientes com câncer de endométrio”. O estudo mostrou aumento na identificação de metástases microscópicas, com impacto direto no estadiamento e na definição do tratamento das pacientes.
Na Cirurgia Oncológica, a residente Amanda Vieira Barbosa apresentou o estudo “Comparação entre dois esquemas FLOT no tratamento de pacientes com adenocarcinoma gástrico”. A pesquisa analisou dados retrospectivos de pacientes tratados no HCP e comparou eficácia e desfechos dos protocolos utilizados.
De acordo com Amanda, o estudo surgiu de questionamentos da prática assistencial. “A pesquisa buscou responder dúvidas frequentes do nosso dia a dia clínico, utilizando metodologia científica para embasar as decisões tomadas no ambulatório”, explicou. Ela ressaltou que os resultados estão alinhados com evidências internacionais, indicando adequação do tratamento ofertado aos pacientes do SUS.
Na Cirurgia de Cabeça e Pescoço, o residente Matheus Aquino apresentou o trabalho “Perfil epidemiológico dos pacientes submetidos à exoneração de órbita no Hospital de Câncer de Pernambuco”, que analisou características clínicas e demográficas de casos submetidos a procedimentos de alta complexidade, evidenciando o impacto do diagnóstico tardio. Eduardo Paiva, também residente de cabeça e pescoço, analisou o “Perfil Epidemiológico Dos Pacientes Submetidos A Radioiodoterapia No Tratamento De Neoplasia De Tireoide Atendidos No Hospital De Câncer De Pernambuco”, que mostrou quem são os pacientes com câncer de tireoide atendidos no Hospital de Câncer de Pernambuco que passaram por tireoidectomia total e radioiodoterapia (RIT). Foram revisados 171 prontuários de janeiro a junho de 2023, dos quais 74 pacientes receberam RIT após a cirurgia.



















